DOURADOS/MS: Uma história de amor e drama social com
aspectos econômicos, geográficos, históricos, sociológicos, filosóficos e
literários do subúrbio é o enredo da nova série Suburbia, do diretor Luiz
Fernando Carvalho e do escritor Paulo Lins. Com o objetivo de ampliar o debate
acadêmico e a reflexão multidisciplinar sobre o tema, o Globo Universidade
realizou nesta terça, dia 06, o “Seminário Suburbia: o indivíduo na construção
do imaginário social”, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro,
(PUC-Rio). Além da presença de Paulo Lins, roteirista da série, participaram do
evento a jornalista da Globonews, Bianca Ramoneda, Karen Worcman, do Museu da
Pessoa, e os professores Márcio Piñon de Oliveira da Universidade Federal
Fluminense (UFF), Renato Luiz Pucci da Universidade Anhembi Morumbi (UAM) e
Marina Henriques Coutinho da Unirio. O elenco da série também marcou presença.
A diretora de Responsabilidade Social e Relações Públicas da
Rede Globo, Beatriz Azeredo, abriu o evento, dando boas - vindas ao público. “É
preciso pensar a história do subúrbio e seu legado, além de seu papel na
construção das identidades individuais e coletivas.”, disse.
Durante a primeira parte do seminário, o público assistiu ao
primeiro capítulo da série que estreou na semana passada na TV Globo. Paulo
Lins contou que para a criação de Suburbia, ele e Luiz Fernando Carvalho
analisaram as questões religiosas e culturais relacionadas à participação do
negro na sociedade atual. “Desde que o samba é samba, a inserção do negro
acontece pela cultura. Deveria ser pela educação, mas não é isso que ocorre.
Partimos dessa premissa para construir a história de Suburbia’’, explicou.
Em seguida, a discussão foi aberta e os alunos fizeram
perguntas sobre violência, racismo, literatura e realidade socioeconômica ao
roteirista. Um debate multidisciplinar deu o tom na segunda parte do evento. Os
professores Márcio Piñon de Oliveira, do Programa de Pós-Graduação em Geografia
da UFF e coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Urbanas, Renato Luiz
Pucci, da Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi e
pesquisador das séries de Luiz Fernando Carvalho há cinco anos, e Marina
Henriques Coutinho, do departamento de Teatro da Unirio, abordaram questões que
envolvem as populações que vivem no subúrbio, trazendo à tona a importância das
periferias para a construção da sociedade brasileira.
O professor Márcio Piñon de Oliveira, nascido e criado na
Penha, zona norte do Rio, comentou sobre a segregação socioespacial da cidade e
a origem da palavra subúrbio. "O
subúrbio, na literatura, é algo que está entre o urbano e rural. Ele não é
indiferente e nem blasé. Dificilmente você passa por lá sem alguém te
cumprimentar”, destaca.
No final do evento, Karen Worcmam, fundadora do Museu da
Pessoa, explicou sobre o trabalho desenvolvido para recolher depoimentos dos
atores e autores através da parceria entre o Museu da Pessoa, um museu aberto,
gratuito e colaborativo, que tem como missão transformar as histórias de vida
de todo e qualquer indivíduo em fonte de conhecimento, compreensão e conexão
entre as pessoas. “Para nós, esta
parceria foi importante, pois pudemos mostrar o trabalho desenvolvido pela
nossa instituição. Queremos ser uma importante fonte de conhecimento e uma
forma de produção de memória.”, disse.
O elenco presente também contribuiu para o debate. As
atrizes Rosa Marya Colin e Ana Kariny, que interpretam ‘Mãe Bia’ e ‘Bete’ na
série, participaram da discussão contando como se sentiram ao darem depoimentos
para o Museu da Pessoa.
Na próxima terça, dia 13, o seminário terá uma edição na
Universidade de São Paulo (USP). Para participar, basta enviar um e-mail para
gu.inscricao@redeglobo.com.br, informando nome e instituição.
Fonte: Central Globo de Comunicação
Mais informações www.redeglobo.com.br
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