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sábado, 13 de dezembro de 2014

SIMPLES, HUMILDE: UMA DELICIOSA FARSA ALÉM DO HORIZONTE

DOURADOS/MS: Simples, humilde, doce Helena me prende do princípio ao fim. Mas, é tudo que venho tentando encontrar. Me vem a saudade me fazendo lembrar que agora novos caminhos começam a ser trilhados.
Foto: Raique Moura
Êxtase puro. Uma energia alto astral que emana de cada corpo vivo, pulsante que percorre a arena, entre cadeiras e enlatados. Uma comédia que brilha nos olhos. Um chapéu de palha de Itália nunca visto.

Dias antes do espetáculo começar tive a honra de ser convidado à participar da recepção de um casório, como um assessor de assuntos aleatórios, ou seja dar uma “ajudinha” na divulgação. Ali descobri que havia um grupo que acreditava no que estava sendo feito. Uma direção firme, porém, delicada como toda sessão da tarde merece.

Chega o grande dia, entre confetes e pirulitos, todos ansiosos para uma entrada ao vivo no maior telejornal do estado. Ninguém podia errar a mão, era hora de aparecer na globo. Enfim, no meio de tanta felicidade um acidente: dois colegas se ausentam; dois colegas saem; dois colegas entram e brilham tanto quanto. Ninguém percebe a troca de última hora. É assim mesmo, o show não pode parar.

Já a noite minutos antes de começar. Frio, calafrio. Aqui do lado de fora, passa um filme pela minha cabeça, Marat Sade estava ali novamente. Comecei uma oração em silêncio, pedindo aos anjos iluminação e que a estrela de cada um daqueles meninos e meninas pudesse brilhar.

As portas se abrem, um baile nos leva a belle époque, até sinto o cheiro de mirto no ar. Opa, colônia francesa da melhor qualidade. O baile passou e nem percebi. Olhos atentos a cada rostinho assustado. A cada gesto fora do lugar, mas dentro de um contexto.

Tanta gente no palco brilhando, que fica impossível focar em apenas um. Mas é preciso dizer que ninguém foi desmerecedor desse ou daquele personagem, cada um estava em seu devido lugar.

Entretanto, como não falar da musicista tresloucada que mesmo em silêncio, abriu todos os olhos de uma plateia embebecida em sua direção? Como não dizer de um  Fadinard a lá Jim Carrey? Uma modista à frente de seu tempo? Como não se apaixonar pela doce Helena? Aliás, porque toda mocinha tem que ser chata e chorona?

Todavia, essa mocinha conseguiu ir além, mesmo chorando ria de si mesma. Sempre que precisava podia contar com o ombro amigo do primo. Outro ponto alto do espetáculo. Quem nunca teve um primo distante, tão solícito? Bobin, é você?

Nos tempos atuais, um chapéu de palha de Itália faria menos barulho. Mas usado sem malícia num passeio com a bela da tarde, não haverá primo que resista e tão pouco militar que coloque desordem na ordem do dia.

Enfim, uma deliciosa farsa de Eugene Labiche e Marc Michel aos olhos de Gina Tocchetto e companhia bela. Só nos resta um desejo: vida longa aos responsáveis por acreditarem e direcionarem gente simples, humilde além do horizonte.


domingo, 7 de dezembro de 2014

{DES}ENCONTRO

Na primeira reunião de boas-vindas, um estranho convidado contou-nos a história de seis pessoas de mundos diferentes. A história era mais ou menos assim:  era uma vez... um grupo de pessoas que vivia numa fazendinha, com o estranho nome de universidade.

Ele começou e em menos de minutos... Estava apertando nossa dor com seus dedos. Contando nossas vidas com suas palavras.

Matando-nos devagar com sua oratória. Ouvimos dizer que ele conta uma boa história e quem tem estilo próprio. E então, fomos vê-lo para ouvir por um tempo e, ali estava ele, um jovem garoto. Um estranho para os nossos olhos.

Fomo tomados pela raiva e envergonhados pela multidão. Sentíamos que ele {des}encontrou as nossas cartas e leu cada uma delas em voz alta. Rezamos para que terminasse logo, mas ele apenas continuou. Ele contou como se nos conhecesse em toda a nossa profunda escuridão.

E então, ele olhou em nossa direção como se nós não estivéssemos lá. Mas ele estava. Aquele estranho contando claramente e com força a nossa história. Mesmo nos momentos que paramos. Lá estava ele, contando para o mundo.

Mesmo que pedíssemos para viver a nossa vida. Para ao menos tentarmos, mesmo que nos arrependêssemos. Mesmo falando só por falar. Ele sempre dizia: juntos estamos na vida, do nosso jeito.

Esse é o bondy, nosso fiel companheiro. Ele não contava uma história qualquer... em nosso primeiro encontro, tomamos uma e mais uma. Assim foram inúmeras doses de sabedoria e enfrentamento.
Nós nunca saberemos se naqueles momentos de alegria e tristeza, a gente já tinha se encontrado antes. É bem provável.

Hoje nós brindamos a ridícula necessidade para que nos tornemos justificáveis no mundo.

Um brinde ao {des}encontro. Ao nosso {des}encontro.