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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

SALVEM A PROFESSORINHA - CONTAÇÃO DE HISTÓRIA



Aquela era uma professora muita séria e dedicada. Talvez a professora mais experiente em sua disciplina. Trabalhava há pouco tempo na Universidade Federal da Grande Dourados. Veio da capital, Campo Grande, sozinha; lá deixou a família. 

Certo final de semana, de um verão qualquer, ela resolveu fazer uma visita ao filho que há muito não via. Aproveitou um recesso escolar e se arrumou toda, arrumou a bagagem e providenciou um presente para o filho; verificou óleo e água do carro. Bela e fresca numa manhã de sábado calorento, pegou a estrada rumo a cidade de Maracaju. No meio do nada, escutou um barulho estranho que fez “bloc”; não deu importância. Um tempinho mais tarde, ouve o barulho novamente, desta vez com uma frequência maior, “bloc”, “bloc”, “bloc”.

A professorinha em seu estado de euforia, só pensava em chegar logo a capital. Ligou o rádio nas alturas e cantarolava uma bela música da Legião Urbana; na verdade, era uma música da Anitta mesmo: ♫♫ Prepara, agora é o show das poderosas... ♫♫ de repente, o barulho se tornou ensurdecedor, era um tal de “bloc”, “bloc”, “bloc”, infernal. 

A professorinha assustada indagava:

- “Meu Deus, o que será isso?”

Olhava pelo retrovisor e nada de peça cair.

- “Será que caiu o pára-choque, gente? Será que o amortecedor se espatifou?”

Não, não, não! Esse barulho ensurdecedor se tornou incômodo e a professorinha teve que estacionar.

Parou seu belíssimo Mustang no acostamento da MS 156; quer dizer, ela tinha um golzinho básico, desses que o ar condicionado é natural, da famosa linha branca, que ela mandou pintar na cor vermelho biscate. É mais em conta e cabe no orçamento dos profissionais da área da educação, preconceito a parte, galera.

Para sua sorte, havia uma placa com os dizeres: “cuidado, animais na pista”. Com muita raiva, ela percebe que o “bloc”, “bloc” era um pneu furado. Que naquele momento era um finado. Só Jesus na causa! Como toda atriz deveria se portar diante de um incidente, ela pensa em voz alta: “filho da p... PCC...”. “Postura professorinha, a senhora é uma profissional da UFGD”, dizia uma voz em seu subconsciente. 

Ela respira fundo, abre o porta-malas delicadamente. Naquele momento lhe vem à mente uma personagem e acaba por criar uma sequência de pilates para incorporar a mocinha em perigo no sul do estado de Mato Grosso do Sul. 

Primeiramente, pega o triângulo. Calmamente começa a montá-lo, dá alguns passos para trás, posiciona-o no asfalto. Olha de um lado, olha do outro lado. Vê que o triângulo está mal posicionado; direciona-o para a esquerda, não, não, mais um pouquinho pra direita.  Pronto, agora sim, perfeito pra fazer a troca de um pneu. 

Levanta, lentamente primeiro as pernas, o corpo vai se desenrolando e a cabeça é a última que se ergue, de repente, seu corpo gela, sua boca seca, o estresse vai as alturas, o coração segue em disparada, querendo saltar pela boca. Será uma visão do além? Será um anjo ou demônio que caiu do céu?

Ela pensa: “bom, tenho duas alternativas, ou é para o bem ou para o mal! Seja lá o que Deus quiser”.  Nisso desce de sua máquina turbinada, um belo, simpático, elegante, enfim, um negão de 1,90 de altura, musculoso e gostoso. O cara não andava, ele desfilava em sua direção.

Ao fundo ela ouve Rosana Fiengo ♫♫ Como uma deusa você me mantém, e as coisas que você me diz me levam além ♫♫. Ela só pensa em não sair de perto do triângulo, se caso aquele negão de tirar o chapéu resolvesse algo, ela tacaria na cabeça dele. Como se um triângulo seria páreo para aquele deus de ébano. Mas enfim, o motociclista vai logo perguntando, com aquele jeito todo macho dos sul-mato-grossenses, onde está seu macaco? Ela só consegue menear a cabeça em direção ao porta-malas.

O sujeito mal encarado pega em seu macaco, digo no macaco do carro, com toda sua força e sob a camiseta seus músculos se sobressaem deixando-a encantada. Ele, pra puxar conversar e deixá-la mais tranquila, afirma que só naquela semana ele já tinha socorrido pelo menos mais três damas em perigo.

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