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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

PÉ NA COVA: UM SERIADO QUE É DE MORTE


Morte. Uma certeza na vida de todos, mas extremamente misteriosa. Tão misteriosa que pode dar medo, mas não para aqueles que fazem dela o seu ganha-pão. Já imaginou ser maquiador de defuntos? E colocar a roupa no “presunto”? Tenta pensar como é dirigir todos os dias um carro com um caixão dentro – cheio, é claro! Agora imagina essas profissões executadas por pessoas completamente birutas e miseráveis, que não conseguem o tão desejado upgrade social. É assim que a “família Addams do Irajá”, como denomina Miguel Falabella, vive em ‘Pé na Cova’, seriado de sua autoria, sob direção geral de Cininha de Paula, direção de Cris D’Amato e direção de núcleo de Roberto Talma, com estreia prevista para 24 de janeiro.

Um grupo de pessoas excêntricas cujo negócio é a morte. São loucos, sim. Tão loucos que inventam coisas curiosas, nada convencionais, como velório drive thru e sanduíches temáticos em parceria com a carrocinha da esquina – morte-natural, caixão-quente e x-túmulo são alguns exemplos. Mas, apesar de tanta loucura, não deixam de experimentar as relações humanas de uma família comum. O estabelecimento que reúne a família Pereira e seus agregados não poderia ter um nome mais apropriado: F.U.I. – Funerária Unidos do Irajá. É ali que circula o núcleo principal do programa que tem a morte e a comédia como pontos centrais. Para que eles sejam felizes, alguém tem que estar infeliz!

 “A morte é o nosso negócio. A sua tristeza é a nossa alegria”

É com esse lema que os personagens sobrevivem em ‘Pé na Cova’, repletos de imperfeições e beirando o absurdo, moldados pelo humor irreverente de Miguel Falabella. ‘Pé na Cova’ trata a morte de forma leve, lúdica e divertida. Ambientado em Irajá, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, o seriado tem 14 personagens fixos, que tentam lidar com seus sonhos e frustrações, sempre de forma muito bem humorada. Falabella, o protagonista, é Ruço, apelido de Gedivan Pereira, patriarca da família disfuncional que luta para sobreviver, ironicamente, através da morte. Herdou do pai a F.U.I., estabelecimento no qual a vida de todos transcorre. Visando incrementar o faturamento, instalou uma capela na funerária para velar os defuntos ali mesmo, o que só fez aumentar a possibilidade de confusões.

A família desarranjada e a vizinhança do Irajá

Na história da excêntrica família Pereira e seus agregados, os personagens são a grande tônica da comédia. Ruço (Miguel Falabella) é casado com Abigail (Lorena Comparato), mais conhecida como Bibi. Trinta anos mais nova, ela vive desiludida com o marido, apesar de amá-lo bastante. Quer fazer uma plástica, mesmo que não precise, e sonha em morar na zona sul.

Com eles, moram a ex-mulher de Ruço, Darlene (Marília Pêra), maquiadora oficial dos defuntos, e os dois filhos que teve com ela, Alessanderson (Daniel Torres) e Odete Roitman (Luma Costa). A ex é uma sessentona enxuta e costuma errar a mão ao exagerar na maquiagem, mas, nos poucos momentos em que não está sob o efeito do álcool, ela até que dá um jeito nos “presuntos”. Odete é a filha mais velha e está sempre às voltas com problemas financeiros, obrigando o pai a engolir os trocados que ela descola se exibindo na web. O filho é iletrado, mas quer ser vereador e faz de tudo para angariar votos. Não deixa escapar nem o negócio do pai, mesmo a contragosto do coroa.

Ruço também não conseguiu deixar de lado sua antiga babá, conhecida como Bá (Niana Machado), uma senhorinha que já não se lembra de nada e serve de bode expiatório em diversas situações.
Estranhos como eles, os agregados reforçam o time de esquisitos do Irajá. Tamanco (Mart’nália) tem uma oficina ao lado da F.U.I. e, muitas vezes, quebra um galho para Ruço. É uma borracheira de sucesso e namora Odete Roitman. Marcão (Maurício Xavier) é o irmão de Tamanco. Ele a ajuda na administração da oficina e, apesar de ser muito macho nas horas apropriadas, se traveste glamourosamente em Markassa quando quer.

Juscelino (Alexandre Zacchia) tem idade meio indefinida, embora não seja mais criança. Acredita-se que seja meio cego, meio surdo, meio burro, meio louco. Ele é um faz-tudo da funerária – só que tudo errado. Normalmente é ele quem dirige o rabecão, apesar de ser péssimo motorista. Sua irmã, Luz Divina (Eliana Rocha), é a responsável pela choradeira nos velórios. É tão surtada que é capaz de jogar pedras para o ar.
Adenóide (Sabrina Korgut) é a empregada doméstica da família Pereira. Sem dúvida é a mais pobre de todas e só tem história de miséria absoluta para contar. Está ali por pura falta de opção, até porque está longe de ser uma profissional exemplar.

As gêmeas Soninja (Karin Hills) e Giussandra (Karina Marthin) são donas da carrocinha Cachorras-Quentes que fica bem pertinho da funerária. Aproveitam a proximidade para vender sanduíches com nomes nada convencionais, como X-túmulo e caixão-quente. Apesar de serem gêmeas, de parecidas só têm mesmo o jeito, e vivem explicando como a mãe pariu duas crianças de pais diferentes ao mesmo tempo.
E, para finalizar o time nada convencional do seriado, Floriano (Rubens de Araújo) é o vigilante de Irajá. Toma conta da vida de todo mundo e acha que os vizinhos causam transtornos no bairro.

Entre caixões e coroas de flores, a cenografia e a produção de arte

Representado no seriado, o bairro do Irajá, no Rio de Janeiro, foi ponto de encontro das equipes de cenografia e produção de arte para a construção e ambientação da cidade cenográfica, de dois mil metros quadrados, na Central Globo de Produção. Segundo o cenógrafo Keller Veiga, cerca de 200 pessoas foram envolvidas no processo de construção das cidades cenográficas e estúdios. Ele destaca o excesso de informação visual – placas, letreiros, cartazes, faixas de rua – e elementos urbanos como azulejos, cerâmica e mármore no revestimento de fachadas como marcas do Irajá presentes na cenografia.

Durante o trabalho de pesquisa, as equipes fotografaram residências e detalhes do bairro carioca, como equipamentos urbanos, pavimentação, muros, ruas e calçadas, placas de lojas, revestimento de fachadas, instalações etc. “O principal lugar visitado foi o cemitério do Irajá, que forneceu bastante subsídio para a criação de cenários da funerária”, conta Keller.

A casa da família Pereira traduz a falta de recursos e ao mesmo tempo o bom humor que permeiam a rotina de seus habitantes. “Procuramos comprar coisas engraçadas para a decoração que tivessem a ver com o universo de Irajá. A casa deles tem uma mistura de elementos. A roupa de cama, por exemplo, é surrada para mostrar que eles aproveitam os lençóis dos defuntos”, explica a produtora de arte do seriado, Marcia Rossi.

Entre cômodos extremamente simples e rudes, chama atenção o quarto da personagem Odete Roitman (Luma Costa), que a princípio é a pessoa que sustenta a casa. “Como ela tem um pouco mais de dinheiro do que o restante da família, o quarto dela é onde pudemos dar uma modernizada. Tem um computador bom, uma webcam para ela filmar as suas performances. Ela é muito antenada com o que acontece no mundo”, descreve Marcia. Combinando com a “profissão” da dona, o mouse de pimenta é um dos detalhes em destaque no ambiente.

Para equipar a F.U.I, Marcia visitou duas fábricas de caixões. Uma em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e outra em São Paulo. “Por incrível que pareça, o trabalho de confecção é espetacular”, conta. Ao todo, 30 caixões dos mais variados tipos e tamanhos foram construídos em diferentes fases de acabamento para o seriado. Alguns deles, inclusive, foram adaptados para as situações de velório: “Em algumas cenas, temos pessoas deitadas dentro do caixão, então, compramos uma espuma e forramos para que os atores tenham conforto”, revela Marcia.

Com a extravagância digna do Irajá, o trabalho do figurino e caracterização

São personagens diferentes com um ponto em comum: a loucura! Esse foi o ponto de partida da figurinista Sonia Soares e da caracterizadora Carla Biriba na composição dos personagens. As duas e suas equipes fizeram uma imersão em Irajá, onde encontraram um universo colorido, de sombras fortes, batons de tons intensos, cabelos longos e cacheados.

Para Ruço (Miguel Falabella), Sonia conta que escolheu peças inspiradas num rapper americano, que mistura diferentes estilos no dia a dia. E, em ocasiões especiais, usa camisas de manga curta e calças de alfaiataria, tudo muito surrado.

Sua esposa, Abigail (Lorena Comparato), por ser mais jovem e dona de um corpo escultural, usa e abusa dos vestidos curtos e apertados em todas as ocasiões. O figurino da ex-mulher de Ruço, Darlene (Marília Pêra), exigiu um pouco mais de cuidado das equipes: “Pensei em torná-la mais divertida e resolvi misturar estampas. Juntei bolas com floral, bichos, e, para isso, é preciso ter cuidado e manter certo equilíbrio”, explica Sonia.

Já a filha de Ruço e Darlene, Odete Roitman (Luma Costa), não por acaso, usa cinta-liga e meia sete-oitavos no dia a dia. “Ela anda pronta para tirar a roupa. Está sempre vestida para trabalhar”, diverte-se Sonia. E, para completar, usa algumas fantasias de acordo com os temas que escolhe na hora do trabalho, como colegial, heroína de mangá, professora, etc.

Na funerária, Juscelino (Alexandre Zacchia) está sempre de terno preto e gravata fina.  Floriano (Rubens de Araújo), o vigilante do bairro, usa roupas mais clássicas, como calças de alfaiataria e camisas de botão.
Tamanco (Mart’nália) tem um estilo bastante masculino, mesmo quando não está com seu macacão de mecânico. O irmão dela, Marcão (Maurício Xavier), quando se veste de mulher e se traveste em Markassa, não exagera, opta por vestidos que Odete Roitman (Luma Costa) usaria.

As vendedoras de cachorro-quente Soninja (Karin Hills) e Giussandra (Karina Marhtin) se vestem iguais, já que são gêmeas. “As duas usam minissaia e maquiagem e têm o rosto muito suado, já que ficam perto da chapa quente fazendo sanduíches”, conta Sonia.
Para a caracterizadora Carla Biriba, os destaques são Markassa Mensalão (Maurício Xavier) e Odete Roitman (Luma Costa): “A Markassa, pela quantidade de perucas, e a Odete  porque, na maioria dos episódios, usa uma nova fantasia”.

Carolina Rodriguez – carolina.rodriguez_let@tvglobo.com.br

Fotos no site de imprensa www.redeglobo.com/imprensa

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