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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

DE MANEIRA DESCONTRAÍDA A “RIMA DE QUINTA” DIVULGA CULTURA HIP HOP NAS PRAÇAS DE DOURADOS

Rima de Quinta é uma vertente do projeto uni-versos, têm a intenção de unir versos descrevendo nosso universo periférico e seu objetivo é a interação musical e o fortalecimento da cultura Hip-Hop


No segundo dia de 2014, andei por vários locais de Dourados e, no final do dia cheguei em casa cansado. Antes de brincar com minha cachorra, resolvi verificar as páginas das redes sociais para encontrar algo interessante ou até mesmo ler as asneiras ditas por tanta gente que mal começou a vida e já pensa nos dissabores como se fosse à última coisa que existisse no mundo.

Eis que me deparo com um convite feito a terceiro sobre o movimento “Rima de Quinta”. O convite veio da minha amiga e colega de estudos, Tábita Oliveira. Na hora pensei em publicar algo no blog, mas como não sabia nada do projeto entrei em contato com ela que me jogou num turbilhão de informações.

A princípio, com base nas informações passadas por ela, me senti a vontade para escrever, mas Tábita me colocou no caminho virtual Senkapuz, ou melhor, Fernando Rodrigues Pinto, rapper desde 1995, paulistano de Diadema. “Paulista de criação, pois minha adolescência foi em Piracicaba interior de São Paulo. Eu sou um jovem de 33 anos”, diz Senkapuz.

Imagem: facebook/rimadequinta

Não podia deixar passar em branco o que significava “Senkapuz” para o movimento. De acordo com o ele, “capuz é o assessório usado por marginais em ações criminosas, então estou de cara limpa, sou considerado marginal pelo preconceito e venho dar voz aos marginalizados. Sem máscara, represento o grito do excluído, do pobre, do órfão, do negro, e do menos favorecido” disse Fernando.

Depois de nossas apresentações cordiais na rede social, despejei várias perguntas ao meu novo amigo. Acho que ele deve ter ficado assustado. Mas estava curioso pra saber do que se tratava “Rima de Quinta”.

Logo recebi muitas respostas interessantes sobre o mundo hip hop, e como foi idealizado o projeto. De acordo com Fernando Senkapuz, o movimento “Rima de Quinta”, é um projeto idealizado por ele, Max Dante, Roberto de Almeida e Alexandre Bife, teve início no final de abril e começo de maio de 2013.  A razão do nome foi pelo dia dos encontros semanais para estudos e pesquisa. Sempre as quintas-feiras.

A princípio o projeto iniciou com cinco m.c's, alguns já trabalhavam na composição das músicas. De lá para cá vários jovens curiosos e outros interessados, tem participado dos encontros. De acordo com Fernando Senkapuz, houve encontros com mais de 50 jovens aglomerados para participar ou curtir as rimas.

 O evento é uma vertente do projeto uni-versos, “têm a intenção de unir versos descrevendo nosso universo periférico e seu objetivo é a interação musical, ou seja, a musicalização, a melhora da dicção e oratória além do fortalecimento da cultura Hip-Hop”, disse Fernando Senkapuz.

Os primeiros encontros foram nas instalações da "Casa Dos Ventos". De lá pra cá, o grupo já passou pela Praça Antonio João, Parque dos Ipês, Praça do Cinquentenário, Praça do Parque Alvorada, Parque do Lago, DCE/UFD e pela ADUF – Associação dos Professores da UFGD.  

Durante os encontros itinerantes são propostos dinâmicas rítmicas, jogo de palavras rimadas, batalhas temáticas sobre assuntos relevantes como política, meio ambiente, cultura e batalhas livres, valendo-se da criatividade dos participantes.
Imagem: arquivo pessoal facebook/Lilian Sarat

Para Fernando Senkapuz, a ideia é fazer um registro em CD e DVD do material apresentado nas quintas. “Ainda não dispomos de recursos básicos, como microfone ou caixa de amplificação, contamos com a boa vontade de cada participante e do bom e velho improviso, por isso a dificuldade da captação de material”, conclui ele.

O projeto é aberto para todos os públicos dispostos ao desafio. Fernando Senkapuz acredita que para crianças, talvez seja mais difícil, mas não impossível, por exemplo, a filha e a sobrinha dele se divertem improvisando.

NO QUE CONSISTE A RIMA DE QUINTA

Os 'Mc's'(mestre de cerimônia) ou participantes desenvolvem juntos dinâmicas de musicalização e rimas para a melhor interação musical a qual muitas vezes produz o próprio instrumental ou "Beat's" para rima com a boca, conhecido também como beat box, palmas, tapinhas pelo corpo, ruídos ou ainda utilizando qualquer coisa que possa interagir com o ritmo, instrumentos musicais, tais como, pandeiro e carrol.

A rima de improviso é missão do M.C, elemento fundamental da cultura Hip-Hop que tem como base quatro pilares, a discotecagem (Dj), a break dance (b.boys e b.girl), a pintura artística de protesto (grafite) e a rima escrita ou de improviso do M.C.

Para divulgação dos trabalhos, o grupo escolhe um local diferente toda semana. “Alguns locais já são conhecidos por terem várias edições do evento”, disse Fernando Senkapuz.
Imagem: internet

O grupo atual é responsável por toda dinâmica do movimento. Para Fernando Senkapuz, quando se faz necessário, ele se responsabiliza pelos ofícios. Há outros que fazem a parte da criação e todos divulgam nas redes sociais e no famoso boca a boca.

Atualmente o grupo conta com Fernando Senkapuz, Alef Rafesh, Marina Vernal, Evelin, Radesh, Max, vários colaboradores e simpatizantes do movimento.

Fernando Senkapuz afirma que Alef Rafesh, sempre cria os eventos no grupo. “É um menino muito ativo no movimento e inclusive voltou a estudar para melhorar o vocabulário nas batalhas de rima”, afirma ele.

Marina Bernal é técnica em enfermagem na cidade de Caarapó, vem toda quinta para participar e representar na rima. Homens e mulheres de diferentes faixas etárias realizam debates interessantes, garantindo assim, boas risadas.

O movimento não passa o famoso “chapéu”, mas as pessoas interessadas em ajudar é só procurar o grupo.

SERVIÇO:

Onde: praças públicas de Dourados
Quando: todas as quintas
Horário: 19h ou a combinar
Público: todos os públicos. Menores com autorização dos responsáveis.

4 comentários:

  1. Adorei Gesse...vamos fazer parte dessas "Quintas" é interessante e será muito bom para o trabalho que realizo com as crianças....fabulosa matéria, gostei....você como sempre arrasando nos post's. Parabéns!!!

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    1. Olá Marisa, que bom que tenha gostado. A gente tenta buscar o novo, e como tem arte nova acontecendo em nossa cidade hein. Vamos sim! Quem sabe consegui encontrar a coordenação e ritmo nas rimas... heheheh beijos e venha sempre!

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  2. Parabéns pela matéria Gesse André, me emociono em ver algo tão bem escrito, sobre um projeto que é nossa vida e pelo qual movemos montanhas. Graças a matérias como a sua podemos chegar ainda mais perto do nosso objetivo e afastar cada vez a marginalização que ainda rotula rimadores e outros integrantes da cultura Hip-Hop. Creio que falo em nome de todos, quando deixo aqui o meu MUITO OBRIGADO pelo espaço e seja muito bem vindo a família Rima de Quinta,quando quiser, é só chegar!

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    1. Uau, fiquei lisonjeado Marina. Obrigado eu. Vamos trabalhar cada vez mais para disseminar a cultura nesse interiorzão do nosso estado. Toda arte é bem vinda pra encaminhar a juventude para o bem!

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